tag:blogger.com,1999:blog-302191552024-03-13T16:51:08.243+00:00Palavras que me tocam...Sintam-nas...Susana B.http://www.blogger.com/profile/15940534382532256431noreply@blogger.comBlogger638125tag:blogger.com,1999:blog-30219155.post-42503249539103841532010-04-11T11:42:00.002+01:002010-04-11T11:46:01.146+01:00Cecília Meireles - PersonagemTeu nome é quase indiferente <br />e nem teu rosto já me inquieta. <br />A arte de amar é exactamente <br />a de se ser poeta. <br /><br />Para pensar em ti, me basta <br />o próprio amor que por ti sinto: <br />és a ideia, serena e casta, <br />nutrida do enigma do instinto. <br /><br />O lugar da tua presença <br />é um deserto, entre variedades: <br />mas nesse deserto é que pensa <br />o olhar de todas as saudades. <br /><br />Meus sonhos viajam rumos tristes <br />e, no seu profundo universo, <br />tu, sem forma e sem nome, existes, <br />silêncio, obscuro, disperso. <br /><br />Teu corpo, e teu rosto, e teu nome, <br />teu coração, tua existência, <br />tudo - o espaço evita e consome: <br />e eu só conheço a tua ausência. <br /><br />Eu só conheço o que não vejo. <br />E, nesse abismo do meu sonho, <br />alheia a todo outro desejo, <br />me decomponho e recomponho. <br /><br /><br /><br /><br />Cecília Meireles, in 'Viagem'Susana B.http://www.blogger.com/profile/15940534382532256431noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-30219155.post-28184926443672942962010-03-28T18:26:00.003+01:002010-03-28T18:40:05.814+01:00Júlio de Sousa - Mais um fado no fadoEu sei que esperas por mim<br />Como sempre, como dantes<br />Nos braços da madrugada...<br />Eu sei que em nós não há fim,<br />Somos eternos amantes,<br />Que não amaram mais nada.<br /><br />Eu sei que me querem bem,<br />Eu sei que há outros amores<br />Para bordar no meu peito.<br />Mas eu não vejo ninguém,<br />Porque não quero mais dores<br />Nem mais baton no meu leito.<br /><br />Nem beijos que não são teus,<br />Nem perfumes duvidosos,<br />Nem carícias perturbantes,<br />E nem infernos nem céus,<br />Nem sol nos dias chuvosos,<br />Porque inda somos amantes.<br /><br />Mas Deus quer mais sofrimento,<br />Quer mais rugas no meu rosto<br />E o meu corpo mais quebrado...<br />Mais requintado tormento,<br />Mais velhice, mais desgosto,<br />E mais um fado no fado. <br /><br /><br /><br />Júlio de Sousa (Letrista português)<br /><br />Poema cantado em forma de Fado pelo Camané.<br /><br /><object width="560" height="340"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/mzO7vMU3c-Y&hl=pt_BR&fs=1&"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/mzO7vMU3c-Y&hl=pt_BR&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="560" height="340"></embed></object>Susana B.http://www.blogger.com/profile/15940534382532256431noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-30219155.post-80125692312713140452010-03-22T20:49:00.004+00:002010-03-22T21:24:50.071+00:00Adília Lopes - Fedra está ApaixonadaFedra está apaixonada<br />por Hipólito<br />Hipólito não está apaixonado<br />por Fedra<br />Fedra enforca-se<br />Hipólito morre<br />num acidente<br /><br />Dido está apaixonada<br />por Eneias<br />Eneias não está apaixonado<br />por Dido<br />Dido oferece uma espada<br />a Eneias<br />Eneias esquece-se da espada<br />quando se vai embora<br /><br />Dido suicida-se<br />com a espada esquecida<br />por Eneias<br /><br />Um desgosto de amor<br />atirou-me para um<br />curso de dactilografia<br />consolo-me<br />a escrever automaticamente<br />o pior são os tempos livres.<br /><br /><br /><br />Adília Lopes (Poetisa, Cronista portuguesa, 1960- )Susana B.http://www.blogger.com/profile/15940534382532256431noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-30219155.post-55293001026886052502010-03-20T18:31:00.004+00:002010-03-20T18:40:36.289+00:00Harold Pinter - O Teu Olhar nos Meus OlhosSempre onde tu estás<br />Naquilo que faço<br />Viras-te agarras os braços<br /><br />Toco-te onde te viras<br />O teu olhar nos meus olhos<br /><br />Viro-me para tocar nos teus braços<br />Agarras o meu tocar em ti<br /><br />Toco-te para te ter de ti<br />A única forma do teu olhar<br />Viro o teu rosto para mim<br /><br />Sempre onde tu estás<br />Toco-te para te amar olho para os teus olhos.<br /><br /><br /><br />Harold Pinter, poeta inglês (1930-2008), in "Várias Vozes"Susana B.http://www.blogger.com/profile/15940534382532256431noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-30219155.post-22196469739428191042010-03-10T23:08:00.000+00:002010-03-10T23:10:04.842+00:00Procura-se um amigo...<div align="justify"> </div><div align="justify">"Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim. "<br /></div><div align="justify"><br />Vinicius de Moraes<br /></div>Susana B.http://www.blogger.com/profile/15940534382532256431noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-30219155.post-23613982393318579792010-02-28T17:23:00.002+00:002010-02-28T17:33:30.058+00:00Alexandre O'Neill - A vida não é de abrolhosA vida não é de abrolhos.<br />É de abr'olhos.<br /><br /><br />A vida não é de escolhos.<br />É de escolhas.<br /><br />Por que me olhas e m'olhas?<br />Por que me forras a alma<br />com o relento de um sentimento?<br /><br />Serei eu a tua escolha?<br /><br />Abre os olhos e olha,<br />que eu já me escolhi em ti!<br /><br /><br /><br />Alexandre O'Neill, Entre a Cortina e a Vidraça, 1972Susana B.http://www.blogger.com/profile/15940534382532256431noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-30219155.post-55296541427721404772010-02-28T17:21:00.001+00:002010-02-28T17:23:22.454+00:00De Regresso...Apeteceu-me regressar... sem ritmos definidos, sem promessas, mas estou de regresso.Susana B.http://www.blogger.com/profile/15940534382532256431noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-30219155.post-80328676837986781082008-11-20T10:33:00.000+00:002008-11-20T10:34:01.228+00:00Stand-byCaro(a)s amigo(a)s<br /><br />Por motivos de falta de disponibilidade este blog vai ficar uns tempos em Stand-by.<br /><br />Obrigada pela vossa presença.<br /><br />Até Breve.<br /><br />Susana.Susana B.http://www.blogger.com/profile/15940534382532256431noreply@blogger.com17tag:blogger.com,1999:blog-30219155.post-61535580188984212002008-11-05T14:08:00.001+00:002008-11-05T14:11:41.868+00:00João Cabral do Nascimento - Cantiga<br><br />Deixa-te estar na minha vida<br />Como um navio sobre o mar.<br /><br />Se o vento sopra e rasga as velas<br />E a noite é gélida e comprida<br />E a voz ecoa das procelas,<br />Deixa-te estar na minha vida.<br /><br />Se erguem as ondas mãos de espuma<br />Aos céus, em cólera incontida,<br />E o ar se tolda e cresce a bruma,<br />Deixa-te estar na minha vida.<br /><br />À praia, um dia, erma e esquecida,<br />Hei, com amor, de te levar.<br />Deixa-te estar na minha vida.<br />Como um navio sobre o mar.<br /><br /><br /><br />João Cabral do Nascimento (Poeta português, 1887-1978) <br /><br>Susana B.http://www.blogger.com/profile/15940534382532256431noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-30219155.post-73443661839365326022008-10-29T15:22:00.002+00:002008-10-29T15:30:02.531+00:00Cecília Meireles - Canção do Amor-Perfeito<br><br /><div style="text-align: center;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9nNDV3KW-t40O7SgCD5IufoulzYkndbmadqnCQYkt2nYqahNXgBmpE3qI1J6kTh1BYeBSRwTd9lO0vpUsQei3a49LlswsjG5HAnwCvNJ71Jc1i0reqDvTUFRVRW9Z-CHpb8o3/s1600-h/2408535634_f9953a5dbf.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 389px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9nNDV3KW-t40O7SgCD5IufoulzYkndbmadqnCQYkt2nYqahNXgBmpE3qI1J6kTh1BYeBSRwTd9lO0vpUsQei3a49LlswsjG5HAnwCvNJ71Jc1i0reqDvTUFRVRW9Z-CHpb8o3/s400/2408535634_f9953a5dbf.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5262598271955042450" border="0" /></a><span style="font-size:78%;">Foto: <a href="http://www.flickr.com/photos/millzero/2408535634/">milzero.com</a></span><br /></div><br /><br /><br />O tempo seca a beleza.<br />seca o amor, seca as palavras.<br />Deixa tudo solto, leve,<br />desunido para sempre<br />como as areias nas águas.<br /><br />O tempo seca a saudade,<br />seca as lembranças e as lágrimas.<br />Deixa algum retrato, apenas,<br />vagando seco e vazio<br />como estas conchas das praias.<br /><br />O tempo seca o desejo<br />e suas velhas batalhas.<br />Seca o frágil arabesco,<br />vestígio do musgo humano,<br />na densa turfa mortuária.<br /><br />Esperarei pelo tempo<br />com suas conquistas áridas.<br />Esperarei que te seque,<br />não na terra, Amor-Perfeito,<br />num tempo depois das almas.<br /><br /><br /><br />Cecília Meireles (Poetisa brasileira, 1901-1964)<br /><br>Susana B.http://www.blogger.com/profile/15940534382532256431noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-30219155.post-16933630959107183332008-10-22T10:01:00.003+01:002008-10-22T10:06:21.518+01:00D. Tomás de Noronha - A uma Regateira<br><br />ENDECHAS<br /><br />Do mesmo D. Thomás<br />A Minha Isabel<br />Saiu esta tarde<br />A matar de amores,<br />A vender gorazes.<br /><br />Deitada ao pescoço<br />A beatilha leva,<br />Pois de desprezar<br />Somente se preza,<br /><br />Por fresco apregoa.<br />O peixe, meu bem,<br />E no apregoar fresco<br />Quanto sal que tem!<br /><br />Gadelhinhas louras,<br />Que pelas gadelhas<br />A minha alma anda<br />Pendurada nelas.<br /><br />Em continhas brancas<br />Extremos vermelhos,<br />Porém como ela<br />Não há tal extremo.<br /><br />Memória de prata<br />Metida no dedo,<br />Vá-se embora o ouro,<br />Que não tem tal preço.<br /><br />Sainha de pano,<br />Barra de veludo,<br />Mantilha vermelha,<br />Sapata em pantufo.<br /><br />Ao passar lhe disse<br />Pela requebrar:<br />Senhora Isabel<br />Quem fora goraz!<br /><br />Fizera-lhe eu logo<br />Depressa um Soneto,<br />Porque de Poeta<br />Tenho meus dous dedos.<br /><br />Porém neste passo<br />Entrou Bastião,<br />Pedia-me dinheiro,<br />Dei a tudo de mão.<br /><br /><br /><br />D. Tomás de Noronha (Poeta português, -1651)<br /><br>Susana B.http://www.blogger.com/profile/15940534382532256431noreply@blogger.com58tag:blogger.com,1999:blog-30219155.post-37059214657654869262008-10-17T23:08:00.005+01:002008-10-17T23:52:24.689+01:00Ana Carolina - Eu que não sei quase nada do mar<br><br /><div style="text-align: center;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhts8twZC9lmy7s0dldTMZLyQjfppf-GdQ_Kn4IRrOm6DZjIHWyk_27Z39B8KuqZKHp8LcvK5nNvLAhD4NROEfsGkt-4FImL0-XjitfCi-n0ZSpV34vF6QQra8CidQyiR5qselr/s1600-h/gavin-oneill.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhts8twZC9lmy7s0dldTMZLyQjfppf-GdQ_Kn4IRrOm6DZjIHWyk_27Z39B8KuqZKHp8LcvK5nNvLAhD4NROEfsGkt-4FImL0-XjitfCi-n0ZSpV34vF6QQra8CidQyiR5qselr/s400/gavin-oneill.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5258258943756051650" border="0" /></a><span style="font-size:78%;">Foto:Gavin O'neil</span><br /></div><br /><br /><br />Garimpeira da beleza<br />Te achei na beira de você me achar<br />Me agarra na cintura, me segura e jura que não vai soltar<br />E vem me bebendo toda, me deixando tonta de tanto prazer<br />Navegando nos meios seios, mar partindo ao meio<br />Não vou esquecer<br /><br />Eu que não sei quase nada do mar<br />Descobri que não sei nada de mim<br /><br />Clara, noite rara, nos levando além<br />da arrebentação<br />Já não tenho medo de saber quem somos<br />na escuridão<br /><br />Me agarrei nos seus cabelos<br />Sua boca quente pra não me afogar<br />Tua língua correnteza lambe minhas pernas<br />Como faz o mar<br />E vem me bebendo toda, me deixando tonta de tanto prazer<br />Navegando nos meus seios, mar partindo ao meio<br />Não vou esquecer<br /><br />Eu que não sei quase nada do mar<br />Descobri que não sei nada de mim<br /><br /><br /><br />Ana Carolina (Letrista, cantora, compositora brasileira, 1974- )<br /><br>Susana B.http://www.blogger.com/profile/15940534382532256431noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-30219155.post-14756396127438817132008-10-15T15:50:00.000+01:002008-10-15T15:55:11.949+01:00Maria Teresa Horta - Joelho<br><br />Ponho um beijo<br />demorado<br />no topo do teu joelho<br /><br />Desço-te a perna<br />arrastando<br />a saliva pelo meio<br /><br />Onde a língua<br />segue o trilho<br />até onde vai o beijo<br /><br />Não há nada<br />que disfarce<br />de ti aquilo que vejo<br /><br />Em torno um mar<br />tão revolto<br />no cume o cimo do tempo<br /><br />E os lençóis desalinhados<br />como se fosse<br />de vento<br /><br />Volto então ao teu<br />joelho<br />entreabrindo-te as pernas<br /><br />Deixando a boca<br />faminta<br />seguir o desejo nelas.<br /><br /><br /><br />Maria Teresa Horta (Escritora Portuguesa, 1937- )<br /><br>Susana B.http://www.blogger.com/profile/15940534382532256431noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-30219155.post-43278036633028794032008-10-13T10:26:00.002+01:002008-10-13T10:36:15.479+01:00João de Deus - Agora!<br><br /><div style="text-align: center;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjR4kRoViadLYX369YK-r8hDAs3tMSEyWXE70dmJmZkZoEtTy_r-Qj9DNOJFdgpzc4znS84Hyks_tl54S8buYE2wQg7hjqEOcfIMLcj9ndC1dlX7RbJ_1jHDNreMJjL-EtQTLbJ/s1600-h/Paulo+Franco.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjR4kRoViadLYX369YK-r8hDAs3tMSEyWXE70dmJmZkZoEtTy_r-Qj9DNOJFdgpzc4znS84Hyks_tl54S8buYE2wQg7hjqEOcfIMLcj9ndC1dlX7RbJ_1jHDNreMJjL-EtQTLbJ/s400/Paulo+Franco.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5256569745904575730" border="0" /></a><span style="font-size:78%;"><span style="font-weight: bold;">Foto: </span>Paulo Franco</span><br /></div><br /><br /><br />A luz que dá o teu rosto<br />É a luz da madrugada,<br />Mas vi-a quase ao sol posto<br />De uma vida amargurada…<br />Tão tarde vi o teu rosto!<br /><br />Oh! Se na manhã da vida<br />Me raia logo essa aurora,<br />Quando folha e flor caída<br />me embelezara inda agora<br />O triste arbusto da vida!<br /><br />Mas andei sempre às escuras…<br />Por onde nem se lobriga<br />Luz de estrelas nas alturas,<br />Quanto mais em face amiga…<br />Eu andei sempre às escuras!<br /><br />E agora vendo a beleza<br />Dessa luz que me alumia,<br />Não sei se minha tristeza<br />É mais do que a minha alegria…<br />Vendo agora essa beleza!<br /><br /><br /><br />João de Deus (Poeta português, 1830-1896)<br /><br>Susana B.http://www.blogger.com/profile/15940534382532256431noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-30219155.post-76561145810641599382008-10-08T11:06:00.002+01:002008-10-08T11:11:53.633+01:00Gonçalo Crespo - No momento do adeus sucede que os amantes<br><br />No momento do adeus sucede que os amantes<br />Se abraçam, a chorar, com vozes soluçantes.<br />Força, é força partir; a mão prende-se à mão,<br />E uma infinda tristeza inunda o coração.<br /><br />Para nós, meu amor, nessa hora de agonia<br />Não houve o padecer que as almas excrucia;<br />Foi grave o nosso adeus e frio, e só agora<br />é que a dor nos subjuga, e a angústia nos devora.<br /><br /><br /><br />Gonçalves Crespo (Poeta Português)<br /><br>Susana B.http://www.blogger.com/profile/15940534382532256431noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-30219155.post-61549787818968912192008-10-06T12:05:00.002+01:002008-10-06T12:17:45.773+01:00Almada Negreiros - Homem transportando o cadáver de uma mulher<br><br />Quis-te tanto que gostei de mim!<br />Tu eras a que não serás sem mim!<br />Vivias de eu viver em ti<br />e mataste a vida que te dei<br />por não seres como eu te queria.<br />Eu vivia em ti o que em ti eu via.<br />E aquela que não será sem mim<br />tu viste-a como eu<br />e talvez para ti também<br />a única mulher que eu vi!<br /><br /><br /><br />Almada Negreiros (Escritor e poeta português, 1893-1970)<br /><a href="http://www.arqnet.pt/portal/biografias/almada_negreiros.html">Biografia</a><br /><br>Susana B.http://www.blogger.com/profile/15940534382532256431noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-30219155.post-90995211604177485252008-09-29T10:51:00.003+01:002008-09-29T22:02:07.508+01:00Natália Bonito - Apaixonantes Sensações<br><br />Arde em mim a sensação<br />Dos minutos sem fim<br />Como se tudo fosse inspiração<br />Doce, com sabor a jasmim,<br />Como se eu fosse alma e coração<br />E tu pedaço de mim.<br /><br />Clamo a evidência perfeita<br />Dos abraços ancorados<br />Na submissão desfeita<br />Pelo poder dos corpos suados<br />Que em cada palavra eleita<br />Oferecem poemas amados.<br /><br />Olho o infinito da escuridão<br />Nesta noite de calmaria,<br />E sonho com a tua mão<br />Estendida na periferia<br />Do meu latente coração<br />Num gesto de sintonia.<br /><br />Por instantes, sinto o teu respirar<br />Bem perto da liberdade<br />Que a minha mente teima em traçar<br />Com purpurina e vaidade<br />Na esperança de ver chegar<br />O momento da feliz verdade.<br /><br />E vejo-te, ao longe, a sorrir…<br />Aproximas-te com lentos passos<br />Regateando as flores por abrir<br />Com gestos delicados e rasos<br />Que fazem lembrar notas a cair<br />Na pauta musical dos abraços.<br /><br />És tu, apaixonante,<br />A vida do meu respirar;<br />És tu, meu amante,<br />Alma límpida por amar,<br />Rosto marcante<br />Que teima em ficar.<br /><br /><br /><br />Natália Bonito (Poetisa portuguesa que publica no <a href="http://www.estradasrepletas.blogspot.com/">Estradas Repletas</a>)<br /><br>Susana B.http://www.blogger.com/profile/15940534382532256431noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-30219155.post-79695478707444463072008-09-26T19:13:00.003+01:002008-09-26T19:25:00.891+01:00Irene Cordeiro Pereira - Alforria<br><br /><div style="text-align: center;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhALT1XOc2vr-IDccawe0LM6egDbZsTsC2YWbQaXWIoNI6P2S04S3netVkKagppu9iutqcOJ3e66DUdLuoHUyhbw5n8H5H3_5EWPkGgwdSxW53IvNn97uAoda2q8vQo96dPShO/s1600-h/naked29_nuno+Belo.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhALT1XOc2vr-IDccawe0LM6egDbZsTsC2YWbQaXWIoNI6P2S04S3netVkKagppu9iutqcOJ3e66DUdLuoHUyhbw5n8H5H3_5EWPkGgwdSxW53IvNn97uAoda2q8vQo96dPShO/s400/naked29_nuno+Belo.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5250397462299477154" border="0" /></a><span style="font-size:78%;">Foto: Nuno Belo</span><br /></div><br /><br /><br />Não gosto de imposições<br />Nem de teorias<br />Nem de bajulações<br /><br />Não gosto de prisões<br />Nem de gaiolas<br />Nem de grandes salões<br />Nem de grandes figurões<br /><br />Não gosto de filosofias<br />Nem de certezas<br />Nem de realezas<br />Não tenho fobias<br /><br />Gosto de rir com gosto<br />Do sol no rosto<br />da praia marinha quando<br />é Agosto<br /><br />Da lua na rua<br />Do quente do lar<br />de te sentir meu par<br />quando a palavra é nua<br /><br />Gosto dos meus botões<br />quando rimam com as minhas solidões<br /><br />E gosto do meu quintal<br />coisa só minha<br />feudo meu ser<br />onde sou rainha...<br /><br /><br /><br />Irene Cordeiro Pereira (Professora e Poetisa portuguesa que publica <a href="http://tantodemimrabiscos.blogspot.com/">aqui</a>, 1968- )<br /><br /><br /><div style="text-align: justify;"><span style="font-weight: bold;">Biografia Breve pela mão da Autora</span><br /><br />Chamo-me Irene Cordeiro Pereira, tenho quarenta anos, sou professora de português e francês, moro em Porto de Mós, no distrito de Leiria. Sempre adorei ler, mas só comecei a escrever poesia aos quarenta! Pensei que não conseguia!<br /></div><br /><br>Susana B.http://www.blogger.com/profile/15940534382532256431noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-30219155.post-14433085324195423492008-09-24T23:21:00.005+01:002008-09-24T23:38:42.055+01:00Novos livros de Poesia<div style="text-align: justify;">Caros amigos,<br /><br />aproveito o meu regresso para agradecer os convites e divulgar o lançamento de dois livros de poesia:<br /><br /><span style="font-weight: bold;"><br />1.º) Paulo Afonso Ramos apresenta "Mínimos Instantes".</span><br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-Q5rSPmUYxqgnqJANCBvtjVRbjFPTUt1cSVhRFQfY6lU7kyNv8Wa_rcF-mtzXFxw4GvTXqiRelTSlRq134IakGyPmJsZE1hHwGThSUZBizzYhjaEHmgN2-vD861CyoMihaWvp/s1600-h/convite_paulo+afonso.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-Q5rSPmUYxqgnqJANCBvtjVRbjFPTUt1cSVhRFQfY6lU7kyNv8Wa_rcF-mtzXFxw4GvTXqiRelTSlRq134IakGyPmJsZE1hHwGThSUZBizzYhjaEHmgN2-vD861CyoMihaWvp/s400/convite_paulo+afonso.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5249717813313804146" border="0" /></a><br />O autor e a edium editores têm o prazer de o convidar a estar presente na sessão de lançamento deste livro a ter lugar no Auditório da Câmara Municipal da Amadora, dia 27 de Setembro, pelas 15 horas. A apresentação da obra e autor estará a cargo do poeta Xavier Zarco. No decorrer do evento serão declamados poemas do livro por Dionísio Dinis e interpretados trechos musicais por Sandra Rodrigues.<br /><br />Podem ler <a href="http://palavrasquemetocam.blogspot.com/search/label/Paulo%20Afonso%20Ramos">dois poemas</a> deste autor no palavras ou visitar o seu <a href="http://poesiadepauloafonso.blogspot.com/">blog</a>.<br /><br /><span style="font-weight: bold;"><br />2.º) Natália Bonito apresenta "A Janela deste Mar"</span><br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6TO89ymdfmKGh91UJZT25jrIh9aS6yR5yefhtHmTWdpZ5d0dYLoZlHSWTQSQ6QqHYedgdNtU-fmvVVrYQ6pfyz64ITbCMAxQzHM_au5zc9gbYFEIYEhH8XL3K_tG57PD49S1v/s1600-h/convite_natalia_net%5B1%5D.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6TO89ymdfmKGh91UJZT25jrIh9aS6yR5yefhtHmTWdpZ5d0dYLoZlHSWTQSQ6QqHYedgdNtU-fmvVVrYQ6pfyz64ITbCMAxQzHM_au5zc9gbYFEIYEhH8XL3K_tG57PD49S1v/s400/convite_natalia_net%5B1%5D.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5249718572355539682" border="0" /></a><br />A autora convida-o para o lançamento do seu recente livro de poesia intitulado 'A Janela deste Mar', no dia 27 de Setembro, no auditório do Centro Cultural John dos Passos, pelas 18h. A apresentação do trabalho estará a cargo do escritor António Cruz e haverá um recital de poesia pela mão dos elementos do Grupo de Teatro da Casa do Povo da Ponta do Sol (Ilha da Madeira).<br /><br />Ainda não publiquei nada da Natália, porque ainda não li muito a sua poesia. No entanto, o que li merece a divulgação do seu trabalho. Mais dia, menos dia publicarei um poema seu. Entretanto, podem conhecê-la melhor através do seu blog <a href="http://www.estradasrepletas.blogspot.com/">Estradas Repletas</a>.<br /><br />Desejo aos dois poetas muito sucesso e muitas felicidades.<br /><br />Um abraço grande.<br /><br />Susana B.<br /></div>Susana B.http://www.blogger.com/profile/15940534382532256431noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-30219155.post-50167356123964842872008-09-24T22:55:00.004+01:002008-09-24T23:02:41.499+01:00Artur Ribeiro - Já me deixou<br><br />A saudade andou comigo<br />E através do som da minha voz<br />No seu fado mais antigo<br />Fez mil versos a falar de nós<br />Troçou de mim à vontade<br />Sem ouvir sequer os meus lamentos<br />E por capricho ou maldade<br />Correu comigo a cidade<br />Até há poucos momentos<br /><br />Já me deixou<br />Foi-se logo embora<br />A saudade a quem chamei maldita<br />Já nos meus olhos não chora<br />Já nos meus sonhos não grita<br />Já me deixou<br />Foi-se logo embora<br />Minha tristeza chegou ao fim<br />Já me deixou mesmo agora<br />Saíu pela porta fora<br />Ao ver-te voltar para mim<br /><br />Nem sempre a saudade é triste<br />Nem sempre a saudade é pranto e dor<br />Se em paga saudade existe<br />A saudade não dói tanto amor<br />Mas enquanto tu não vinhas<br />Foi tão grande o sofrimento meu<br />Pois não sabia que tinhas<br />Em paga ás saudades minhas<br />Mais saudades do que eu<br /><br /><br /><br />Artur Ribeiro (Autor e compositor português, 1924-1982)<br />Biografia <a href="http://www.macua.org/biografias/arturribeiro.html">aqui</a><br /><br />Ouçam este poema em forma de fado no último cd da Mariza. <br /><br><br /><object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/E-zCAacUhco&hl=en&fs=1"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/E-zCAacUhco&hl=en&fs=1" type="application/x-shockwave-flash" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object><br /><br>Susana B.http://www.blogger.com/profile/15940534382532256431noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-30219155.post-5388701537867970742008-09-08T11:51:00.003+01:002008-09-08T17:00:12.485+01:00Bárbara de Sousa - Violeta de Parma<br><br /><div style="text-align: justify;">Sou um vegeto das ruínas. o meu ser<br />sente o mastigar de cada hora<br />por entre o céu descoberto.o anoitecer<br /><br />Vermes rastejam<br />fogem de mim com asco. bebo o absinto<br />das lápides murmurantes<br />dos ciprestes que tornam em silêncio<br />o lirismo impuro. os sentimentos tépidos<br />de cada segundo...<br /><br />Sou filha dum tédio, duma dor qualquer<br />por entre sonhos horrivelmente histéricos<br />jardins fastasmagóricos...<br />e obsessões...<br />Onde os resquicíos de minh'alma<br />evaporam como fumaça<br />e nos meus lábios aflora a tísica<br />roxa e inefável melancolia...<br /><br />Sou transparência de morte, magreza hirta.<br />por entre a palidez clorótica,<br />desta noite de afronta e solidão<br />e nos conventos abandonados de minh'alma<br />sou brilho cru, agudo e febril<br />sugando os cansaços mornos de uma vida<br />leve bater de asas de cotovia...<br /><br />Sobre o vazio, sobre o nada<br />sou desdenhosa ilusão da eternidade<br />minha boca acidentada<br />por entre os dedos esticados<br />e manchas de realidade.<br /><br />Sou corpo cadavérico<br />deixado ao acaso<br />Sou gravação vaporosa<br />violeta de Parma<br />flor dolente e venenosa<br />Já sinto emurchecer na alma<br />as pétalas de um sonho...<br /><br />já eu não sou! ...na cova escura...<br />já eu não sou!...defunta<br /><br /><br />(Segundo a autora, este poema bebe das palavras de José Duro, mais especificamente do seu poema "Doente", uma longa confissão de amargura e desespero de um jovem a beira da morte.)<br /><br /><br /><br />Bárbara de Sousa (Poetisa portuguesa que publica neste <a href="http://omundodomeusonho.blogspot.com/">blog</a>, 1987- )<br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Breve Biografia pela mão da Autora<br /><br /></span>Rafaela Bárbara Faria de Sousa, 21 anos , estudante finalista de Arte e Multimédia na Uma (Universidade da Madeira).Frequentou O Conservatório Escola das Artes onde cultivou o gosto pela música, e pelo seu principal instrumento: Clarinete. A poesia aparece como uma espécie de chamamento na sua vida, sendo a sua área de interesses a Pintura.<br /></div><br /><br>Susana B.http://www.blogger.com/profile/15940534382532256431noreply@blogger.com13tag:blogger.com,1999:blog-30219155.post-16236233746879607812008-09-05T18:32:00.003+01:002008-09-06T21:37:16.399+01:00Alexandre O'neill - Há palavras que nos beijam<br><br />Há palavras que nos beijam<br />Como se tivessem boca.<br />Palavras de amor, de esperança,<br />De imenso amor, de esperança louca.<br /><br />Palavras nuas que beijas<br />Quando a noite perde o rosto;<br />Palavras que se recusam<br />Aos muros do teu desgosto.<br /><br />De repente coloridas<br />Entre palavras sem cor,<br />Esperadas inesperadas<br />Como a poesia ou o amor.<br /><br />(O nome de quem se ama<br />Letra a letra revelado<br />No mármore distraído<br />No papel abandonado)<br /><br />Palavras que nos transportam<br />Aonde a noite é mais forte,<br />Ao silêncio dos amantes<br />Abraçados contra a morte.<br /><br /><br /><br />Alexandre O'neill (Poeta português, 1924-1986)<br /><br /><div style="text-align: justify;">Este poema foi musicado por Mário Pacheco e cantado na forma de um Fado pela Grande MARIZA.<br /></div><br /><object height="344" width="425"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/vd-p2Bpx2oU&hl=en&fs=1"><param name="allowFullScreen" value="true"><embed src="http://www.youtube.com/v/vd-p2Bpx2oU&hl=en&fs=1" type="application/x-shockwave-flash" allowfullscreen="true" height="344" width="425"></embed></object><br /><br>Susana B.http://www.blogger.com/profile/15940534382532256431noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-30219155.post-21583597026458208472008-09-03T16:53:00.006+01:002008-09-06T21:23:29.263+01:00Ary dos Santos - Desfolhada<br><br />Corpo de linho<br />lábios de mosto<br />meu corpo lindo<br />meu fogo posto.<br />Eira de milho<br />luar de Agosto<br />quem faz um filho<br />fá-lo por gosto.<br />É milho-rei<br />milho vermelho<br />cravo de carne<br />bago de amor<br /><br />filho de um rei<br />que sendo velho<br />volta a nascer<br />quando há calor.<br /><br />Minha palavra dita à luz do sol nascente<br />meu madrigal de madrugada<br />amor amor amor amor amor presente<br />em cada espiga desfolhada.<br /><br />Minha raiz de pinho verde<br />meu céu azul tocando a serra<br />oh minha água e minha sede<br />oh mar ao sul da minha terra.<br /><br />É trigo loiro<br />é além tejo<br />o meu país<br />neste momento<br />o sol o queima<br />o vento o beija<br />seara louca em movimento.<br /><br />Minha palavra dita à luz do sol nascente<br />meu madrigal de madrugada<br />amor amor amor amor amor presente<br />em cada espiga desfolhada.<br /><br />Olhos de amêndoa<br />cisterna escura<br />onde se alpendra<br />a desventura.<br />Moira escondida<br />moira encantada<br />lenda perdida<br />lenda encontrada.<br />Oh minha terra<br />minha aventura<br />casca de noz<br />desamparada.<br />Oh minha terra<br />minha lonjura<br />por mim perdida<br />por mim achada.<br /><br /><br /><br /><div style="text-align: justify;">Ary dos Santos (Poeta português, 1937-1984)<br /><br />Escrita em 1968. Foi inicialmente patenteada com o título Desfolhada Portuguesa, modificado pelo autor em 1969 para Desfolhada.<br />Este poema foi musicado por Nuno Nazareth Fernandes e interpretada por Simone de Oliveira. Concorreu ao Festival da RTP em 1969, obtendo o 1º lugar e foi representar Portugal à Eurovisão.<br /></div><br /><br /><object height="344" width="425"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/0CrX5hEvlCk&hl=en&fs=1"><param name="allowFullScreen" value="true"><embed src="http://www.youtube.com/v/0CrX5hEvlCk&hl=en&fs=1" type="application/x-shockwave-flash" allowfullscreen="true" height="344" width="425"></embed></object><br /><br>Susana B.http://www.blogger.com/profile/15940534382532256431noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-30219155.post-45728152157637755992008-09-01T16:10:00.004+01:002008-09-01T23:39:37.113+01:00Jean Narciso - Charuto Cubano<br><br />Agradeço ao Jean Narciso os poemas que enviou para o meu mail. Foi um prazer conhecer a sua escrita. Hoje publico o <span style="font-style: italic;">Charuto Cubano</span>.<br /><br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEHDLjEASdCH4C1iCSBsxsvl-lqtfrQ-WoM9BfOaxQ4RhnscSrSbeOROkcCtWviiH7_X3C8ohV7io07kYItMGOsGaSOkjY5Vh7dqRAlrHxuWKnV1MXK21SaOAUBo8PDB4PiaPw/s1600-h/2286516769_aece4a8b35_o.jpg"><img style="cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEHDLjEASdCH4C1iCSBsxsvl-lqtfrQ-WoM9BfOaxQ4RhnscSrSbeOROkcCtWviiH7_X3C8ohV7io07kYItMGOsGaSOkjY5Vh7dqRAlrHxuWKnV1MXK21SaOAUBo8PDB4PiaPw/s400/2286516769_aece4a8b35_o.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5241185593634408674" border="0" /></a><br /><span style="font-size:78%;">Fidel Castro (Autor Desconhecido)</span><br /><br /><br />A história fuma charuto cubano<br />Em minha Havana<br />Eu sou meu comandante-chefe<br />Mil ventos anunciam falcões<br />Em direção a minha ilha<br />Não temo, sou fiel.<br />Castro qualquer persona.<br />Minha Havana é maior que Bagdá.<br /><br /><br /><br />Jean Narciso (Poeta Brasileiro, 1980- )<br /><br /><br /><div style="text-align: justify;"><span style="font-weight: bold;">Pela mão do autor este é um resumo da sua BIOGRAFIA:</span><br /><br />Jean Narciso Bispo Moura nasceu na cidade de São Félix, no estado da Bahia, no dia trinta e um de Outubro de mil novecentos e oitenta, radicado em São Paulo, formou-se em pedagogia e filosofia e especializou-se em educação. Reside na grande São Paulo, no município de Itaquaquecetuba. O autor tem dois livros publicado A lupa e sensibilidade (2002) e Setenta e cinco osso para um esqueleto poético (2005). É casado e professor de Filosofia da rede estadual paulista. <a href="http://www.anedotabulgara.blogspot.com/">www.anedotabulgara.blogspot.com</a></div><br /><br>Susana B.http://www.blogger.com/profile/15940534382532256431noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-30219155.post-33024562859458082242008-08-27T16:02:00.002+01:002008-08-27T16:28:10.506+01:00David Mourão-Ferreira - Soneto do Cativo<div style="text-align: center;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6cIl9LOkAni5mpwnAI44oT_J1vAkwzFdxcrqMhDgic2PIZM15svj41nPJSlaH7CSZU52XRx0MKWwLyvmhG00JLc4Pj0sCvrvVKF7ZGNNhAHQIY-C6a3OUo2QZWilkds1NkWhm/s1600-h/Paulo+cesar.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6cIl9LOkAni5mpwnAI44oT_J1vAkwzFdxcrqMhDgic2PIZM15svj41nPJSlaH7CSZU52XRx0MKWwLyvmhG00JLc4Pj0sCvrvVKF7ZGNNhAHQIY-C6a3OUo2QZWilkds1NkWhm/s400/Paulo+cesar.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5239219434425058594" border="0" /></a><span style="font-size:78%;">Foto: Paulo César</span><br /></div><br /><br /><br />Se é sem duvida Amor esta explosão<br />de tantas sensações contraditórias;<br />a sórdida mistura das memórias,<br />tão longe da verdade e da invenção;<br /><br />o espelho deformante; a profusão<br />de frases insensatas, incensórias;<br />a cúmplice partilha nas histórias<br />do que os outros dirão ou não dirão;<br /><br />se é sem dúvida Amor a cobardia<br />de buscar nos lençóis a mais sombria<br />razão de encantamento e de desprezo;<br /><br />não há dúvida, Amor, que te não fujo<br />e que, por ti, tão cego, surdo e sujo,<br />tenho vivido eternamente preso!<br /><br /><br /><br />David Mourão-Ferreira (Poeta português, 1927-1996)<br /><br>Susana B.http://www.blogger.com/profile/15940534382532256431noreply@blogger.com0