Bárbara de Sousa - Violeta de Parma
Sou um vegeto das ruínas. o meu ser
sente o mastigar de cada hora
por entre o céu descoberto.o anoitecer
Vermes rastejam
fogem de mim com asco. bebo o absinto
das lápides murmurantes
dos ciprestes que tornam em silêncio
o lirismo impuro. os sentimentos tépidos
de cada segundo...
Sou filha dum tédio, duma dor qualquer
por entre sonhos horrivelmente histéricos
jardins fastasmagóricos...
e obsessões...
Onde os resquicíos de minh'alma
evaporam como fumaça
e nos meus lábios aflora a tísica
roxa e inefável melancolia...
Sou transparência de morte, magreza hirta.
por entre a palidez clorótica,
desta noite de afronta e solidão
e nos conventos abandonados de minh'alma
sou brilho cru, agudo e febril
sugando os cansaços mornos de uma vida
leve bater de asas de cotovia...
Sobre o vazio, sobre o nada
sou desdenhosa ilusão da eternidade
minha boca acidentada
por entre os dedos esticados
e manchas de realidade.
Sou corpo cadavérico
deixado ao acaso
Sou gravação vaporosa
violeta de Parma
flor dolente e venenosa
Já sinto emurchecer na alma
as pétalas de um sonho...
já eu não sou! ...na cova escura...
já eu não sou!...defunta
(Segundo a autora, este poema bebe das palavras de José Duro, mais especificamente do seu poema "Doente", uma longa confissão de amargura e desespero de um jovem a beira da morte.)
Bárbara de Sousa (Poetisa portuguesa que publica neste blog, 1987- )
Breve Biografia pela mão da Autora
Rafaela Bárbara Faria de Sousa, 21 anos , estudante finalista de Arte e Multimédia na Uma (Universidade da Madeira).Frequentou O Conservatório Escola das Artes onde cultivou o gosto pela música, e pelo seu principal instrumento: Clarinete. A poesia aparece como uma espécie de chamamento na sua vida, sendo a sua área de interesses a Pintura.
sente o mastigar de cada hora
por entre o céu descoberto.o anoitecer
Vermes rastejam
fogem de mim com asco. bebo o absinto
das lápides murmurantes
dos ciprestes que tornam em silêncio
o lirismo impuro. os sentimentos tépidos
de cada segundo...
Sou filha dum tédio, duma dor qualquer
por entre sonhos horrivelmente histéricos
jardins fastasmagóricos...
e obsessões...
Onde os resquicíos de minh'alma
evaporam como fumaça
e nos meus lábios aflora a tísica
roxa e inefável melancolia...
Sou transparência de morte, magreza hirta.
por entre a palidez clorótica,
desta noite de afronta e solidão
e nos conventos abandonados de minh'alma
sou brilho cru, agudo e febril
sugando os cansaços mornos de uma vida
leve bater de asas de cotovia...
Sobre o vazio, sobre o nada
sou desdenhosa ilusão da eternidade
minha boca acidentada
por entre os dedos esticados
e manchas de realidade.
Sou corpo cadavérico
deixado ao acaso
Sou gravação vaporosa
violeta de Parma
flor dolente e venenosa
Já sinto emurchecer na alma
as pétalas de um sonho...
já eu não sou! ...na cova escura...
já eu não sou!...defunta
(Segundo a autora, este poema bebe das palavras de José Duro, mais especificamente do seu poema "Doente", uma longa confissão de amargura e desespero de um jovem a beira da morte.)
Bárbara de Sousa (Poetisa portuguesa que publica neste blog, 1987- )
Breve Biografia pela mão da Autora
Rafaela Bárbara Faria de Sousa, 21 anos , estudante finalista de Arte e Multimédia na Uma (Universidade da Madeira).Frequentou O Conservatório Escola das Artes onde cultivou o gosto pela música, e pelo seu principal instrumento: Clarinete. A poesia aparece como uma espécie de chamamento na sua vida, sendo a sua área de interesses a Pintura.