Mostrar mensagens com a etiqueta Bruno Kampel. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Bruno Kampel. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, maio 12, 2008

Bruno Kampel - Mulher



Foto: Sigourney Weaver, Autor desconhecido



Não quero uma mulher
Que seja gorda ou magra
Ou alta ou baixa
Ou isto e aquilo.

Não quero uma mulher
Mas sim um porto, uma esquina
Onde virar a vida e olhá-la
De dentro para fora.

Não espero uma mulher
Mas um barco que me navegue
Uma tempestade que me aflija
Uma sensualidade que me altere
Uma serenidade que me nine.

Não sonho uma mulher
Mas um grito de prazer
Saindo da boca pendurada
No rosto emoldurado
No corpo que se apoie
Nas pernas que me abracem.

Não sonho nem espero
Nem quero uma mulher
Mas exijo aos meus devaneios
Que encontrem a única
Que quero sonho e espero
Não uma, mas ela.

E sei onde se esconde
E conheço-lhe as senhas
Que a definem. O sexo
Ardente, a volúpia estridente
A carência do espasmo
O Amor com o dedo no gatilho.

Só quero essa mulher
Com todos seus desertos
Onde descansar a minha pele
Exausta e a minha boca sedenta
E a minha vontade faminta
E a minha urgência aflita
E a minha lágrima austera
E a minha ternura eloquente.

Sim, essa mulher que me excite
Os vinte e nove sentidos
A única a saber
O que dizer
Como fazer
Quando parar
Onde Esperar.

Essa a mulher que espero
E não espero
Que quero e não quero
Essa mulherportoesquina
Que desejo e não desejo
Que outro a tenha.

Que seja alta ou baixa
Isto ou aquilo
Mas que seja ela
Aquela que seja minha
E eu seja dela
Que seja eu e ela
Euela eu lá nela
Que sejamos ela.

E eu então terei encontrado
A mulher que não procuro
O barco, a esquina, Você.
Sim, você, que espreita
Do outro lado da esquina, no cais,
A chegada do marinheiro
Como quem apenas me espera.



Então nos amarraremos sem vergonha
À luz dos holofotes dos teus olhos,
E procriaremos gritos e gemidos
Que iluminarão todas as esquinas.

Será o momento de dizer
Achei/achamos amei/amamos
E por primeira vez vocalizar o
Somos, pluralizando-nos
Na emoção do encontro.

Essa a mulher
que não procuro
nem espero.
Você, viu? Você!



Bruno Kampel (Analista Político, Poeta e Escritor Brasileiro, 1944- )

sexta-feira, maio 09, 2008

Bruno Kampel - Dizer



Dizer
Sem Palavras
Amar
sem vírgulas
Sofrer
sem sintaxe
Viver
sem Parêntese
Sublinhando
o gesto
Acentuando
o tempo.
Conjugando
o resto.



Bruno Kampel (Analista Político, Poeta e Escritor Brasileiro, 1944- )

quarta-feira, abril 30, 2008

Bruno Kampel - Si tú vienes...



Si tú vienes...
...esta noche seremos
un canto gregoriano
un azul mediterráneo
un esfuerzo sobrehumano
un camino y sus esquinas
un bolero y sus compases
un deseo que la noche
huela a vino y tenga cuerpo
y el encuentro sea un pacto
y toque el alma.

Si tú quieres...
...esta noche tendremos
nuestra piel declamando sudores
nuestros dedos tocando calores
nuestras bocas oliendo sabores
nuestra urgencia exigiendo clamores
nuestra cama rezando promesas
nuestros gritos mostrando el camino
nuestras gotas llegando a destino.

Si tú dejas...
...esta noche veremos
los silencios cantando sin sonido
las palabras temblando sin descanso
las estrellas gimiendo sin verguenza
la emoción declamando dulcemente
la canción galopando sin montura
el amor dibujando sus urgencias
elocuencias inclemencias y dolencias.

Si lo pides...
...esta noche será entonces
un planeta sin fronteras
la pregunta y su respuesta
dos amantes y sus juegos
una búsqueda sin miedo
un encuentro de mutantes sin prejuicios
conjugando grito y eco
ojo y brillo día y luna
noche y playa sol y sombra
el desierto y sus camellos
vela y viento
cruz y espada.

Esta noche
no lo dudes!....

Si tú vienes
y me quieres...
Si tú dejas
y lo pides...



Bruno Kampel (Analista Político, Poeta e Escritor Brasileiro, 1944- )