domingo, agosto 20, 2006

Amália Rodrigues - Estranha Forma de Vida



Estranha forma de vida
 
Foi por vontade de Deus
que eu vivo nesta ansiedade.
Que todos os ais são meus,
Que é toda a minha saudade.
Foi por vontade de Deus.
 
Que estranha forma de vida
tem este meu coração:
vive de forma perdida;
Quem lhe daria o condão?
Que estranha forma de vida.
 
Coração independente,
coração que não comando:
vive perdido entre a gente,
teimosamente sangrando,
coração independente.
 
Eu não te acompanho mais:
pára, deixa de bater.
Se não sabes onde vais,
porque teimas em correr,
eu não te acompanho mais.
 
Amália Rodrigues (Fadista e poetisa portuguesa, 1920-1999)


Foto: a piece of my heart by six degrees