Ângela Santos - Entre Margens
Acho-me,
desencontro-me
amaino se posso
os demónios
Aposso-me das espectrais
sombras que vagueiam
na antecâmara de mim
De sonhos e caminhos
é feito o mundo
o meu
o outro de que me aparto
de cacos e restos do velho
O novo teima
entre os escombros das implacáveis leis
do mais forte
da gravidade
da entropia
e da sua negação
E então?
Então o sonho é o que sobra
e o rasgo de alma por onde ele brota
E além - sonho
as cores, a luz, as palavras, o poema
as barreiras vencidas, a cabeça a prumo
a teimosia...acreditar ainda
E além de tudo o amor.. amar
amar-te
o que faz sentir-me
o que faz sentido
E o mar.....
o que sem ti
faz doer!
Ângela Santos