As minhas palavras... 2 de Dezembro de 2006
Morreu Mário Cesariny. Hoje faço uma homenagem ao poeta.
O poeta e pintor Mário Cesariny morreu na madrugada de 26 de Novembro, domingo, em sua casa, em Lisboa, aos 83 anos.
Mário Cesariny de Vasconcelos encontrava-se doente há vários anos, com uma doença do foro oncológico, mas o seu estado de saúde "piorou drasticamente nos últimos três dias".
Além de poeta, romancista e ensaísta, Mário Cesariny dedicou-se também às artes plásticas, sobretudo à pintura.
Nascido em Lisboa a 09 de Agosto de 1923, de pai beirão, negociante de jóias, e mãe castelhana, professora de francês, resolveu, a partir de certa altura, prescindir do apelido paterno e ultimamente gostava de acrescentar a Cesariny o Rossi dos seus antepassados.
Estudou no Liceu Gil Vicente, frequentou o primeiro ano de Arquitectura na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa (ESBAL) e mudou depois para a Escola de Artes Decorativas António Arroio, tendo igualmente estudado música com o compositor Fernando Lopes Graça.
Durante o período em que viveu em Paris, em 1947, frequentou a Academia de La Grande Chaumire.
Na capital francesa, conheceu o fundador do movimento surrealista francês André Breton, cuja influência o levou a integrar no mesmo ano, embora à distância, o Grupo Surrealista de Lisboa, formado por António Pedro, José-Augusto França, Cândido Costa Pinto, Marcelino Vespeira, João Moniz Pereira e Alexandre O'Neill.
Este grupo surgiu com o objectivo de protestar contra o regime político vigente em Portugal e contra o neo-realismo, mas houve cisões e Cesariny saiu, fundando mais tarde o "anti-grupo" "Os Surrealistas", com Henrique Risques Pereira, António Maria Lisboa, Fernando José Francisco, Carlos Eurico da Costa, Mário-Henrique Leiria, Artur do Cruzeiro Seixas e Pedro Oom, entre outros.
Em 1949, redigiu, com o grupo, o seu manifesto colectivo, "A Afixação P roibida" e promoveu as sessões "O Surrealismo e o seu Público em 1949" e a I Exposição dos Surrealistas.
Quando terminaram as experiências colectivas do que foi quase "um movimento (mais ou menos) organizado" - 1947/1953 e 1958/1963 - Cesariny prosseguiu sozinho, como fariam alguns dos seus outros companheiros que sobreviveram à aventura surrealista, com uma actividade inesgotável e orientada em várias direcções.
Nas suas obras, adoptava uma atitude estética caracterizada pela constante experimentação e praticou uma técnica de escrita e de pintura muito divulgada entre os surrealistas, designada como "cadáver esquisito", que consistia na elaboração de uma obra por três ou quatro pessoas, num processo em cadeia criativa, em que cada um dava seguimento, em tempo real, à criatividade do anterior, conhecendo apenas uma parte do que aquele fizera."
Fonte: Sic Online
Bibliografia vasta
“Ama como a estrada começa” é um dos poemas que eternizara a sua obra onde constam vários títulos como "Corpo Visível" (1950), "Manual de Prestidigitação" (1956), "Pena Capital", "Nobilíssima Visão" (1959), "Antologia Surrealista do Cadáver Esquisito" (1961), "A Cidade Queimada" (com arranjo gráfico e ilustrações de Cruzeiro Seixas, 1965), "Burlescas, Teóricas e Sentimentais" (1972), "Primavera Autónoma das Estradas" (1980), "O Virgem Negra. Fernando Pessoa Explicado às Criancinhas Nacionais & Estrangeiras por M.C.V." (1989) e "Titânia" (1994).
Para o recordar, escolhi:
- Poema
- Faz-me um favor
- Lembra-te
- Visto a esta luz
- Raio de luz
Espero que gostem.
Um abraço.
3 comentários:
:)
Oi!
Beijocas e saudadinhas! :)
Jorge,
muito obrigada pela visita e uma beijoca para ti também, mas preciso de te perguntar o último nome porque conheço vários Jorges. ;)
Bjs.
Susana
Grande, este homem foi grande...
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