J. Ribamar Matos - Ressurreição
Se eu falecer, querida, bem distante,
e não vires, sequer, meu corpo frio,
ao meu sepulcro leva, a cada instante,
a dor cristalizada, fio a fio...
Reza ao teu morto uma oração constante:
deixa cair do triste olhar vazio,
do teu, então, já pálido semblante
o pranto que te torna o olhar sombrio...
Vai derramar em minha sepultura
chuva eterna de lágrima sentida
de tua alma, diluída na amargura;
que, se molhar a minha face ungida,
então me erguendo lá da cova escura,
eu chamarei por ti, mulher querida!
J. Ribamar Matos (Poeta brasileiro)
Sem comentários:
Enviar um comentário