Renato Macedo - Finis
Quando vier meu dia derradeiro,
Mulher, não chores nem me ponhas flores!
Faz da mortalha um fato de marinheiro,
E do caixão um barco a vapor(es).
Deita-o ao mar por entre o nevoeiro,
Sem bússola, leme e para-lhe os motores,
Deixa que as ondas façam o roteiro
E que aos baldões encalhe nos Açores.
Bela sereia, alçando pela proa,
Amarrará o barco à revelia
Com linha ao cepo a ré duma canoa
A sirene ecoará pela baía
E, ao luar, marrecas e ganhoa(s)
Me zurzirão c'o hino da alegria.
Renato Macedo (Poeta português)
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