Toranja - Quebrámos os Dois
Era eu a convencer-te que gostas de mim
e tu a convenceres-te que não é bem assim...
Era eu a mostrar-te o meu lado mais puro
e tu a argumentares os teus inevitáveis
e eu encostado como quem não vê
Eras tu a falar para esconder a saudade
e eu a esconder-me do que não se dizia
... afinal quebramos os dois...
Desviando os olhos por sentir a verdade
juravas a certeza da mentira
mas sem queimar demais
sem querer extinguir o que já se sabia
Eu fugia do toque como do cheiro
por saber que era o fim da roupa vestida
que inventara no meio do escuro onde estava
por ver o desespero na cor que trazias...
... afinal quebramos os dois...
Era eu a despir-te do que era pequeno
e tu a puxares-me para um lado mais perto
onde contamos histórias que nos atam
ao silêncio dos lábios que nos mata...!
Eras tu a ficar por não saberes partir...
e eu a rezar para que desaparecesses...
Era eu a rezar para que ficasses...
e tu a ficares enquanto saías.
... não nos tocamos enquanto saías.
não nos tocamos enquanto saímos.
não nos tocamos e vamos fugindo
porque quebramos como crianças
...afinal quebramos os dois...
...e é quase pecado o que se deixa...
...quase pecado o que se ignora...
Toranja (Grupo musical português)
Quadro de Sebastião Xant
1 comentário:
Uma das melhores letras, de umas das melhores bandas portuguesas. pena terem acabado.
Mas o trabalho do Bettencourt continua a ser notavel :)
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