João Cabral do Nascimento - Cantiga
Deixa-te estar na minha vida
Como um navio sobre o mar.
Se o vento sopra e rasga as velas
E a noite é gélida e comprida
E a voz ecoa das procelas,
Deixa-te estar na minha vida.
Se erguem as ondas mãos de espuma
Aos céus, em cólera incontida,
E o ar se tolda e cresce a bruma,
Deixa-te estar na minha vida.
À praia, um dia, erma e esquecida,
Hei, com amor, de te levar.
Deixa-te estar na minha vida.
Como um navio sobre o mar.
João Cabral do Nascimento (Poeta português, 1887-1978)
4 comentários:
Primeiro poema que leio deste autor. Obrigada por o ter publicado e por mo "fazer" ir descobrir
Bjs
MV
Olá Susana
"Deixa-te estar na minha vida".
Este pedacinho do poema levou-me a pensar que a Susana foi a primeira pessoa a dar-me ânimo a prosseguir com o meu blogue. Porém "deixou de estar na minha vida".
Visito-a com frequência mas nunca mais nos contactámos.
Desejo que esteja tudo bem consigo.
Beijinho com ternura.
António
Há tanta coisa que gostaríamos que ficassem nas nossas vidas...
http://www.youtube.com/watch?v=ads5pOrgHQ0
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