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domingo, outubro 28, 2007

As minhas Palavras... 28 de Outubro de 2007



Foto: João Mendonça, Foto enviada por Humberto Mendonça, seu filho.



Quem me conhece à algum tempo sabe que sou uma grande fã da Dulce Pontes. Gosto dela pela voz, pela musica, mas principalmente pelas palavras. Foi através dela que conheci o poeta João Mendonça, autor de um dos meus poemas favoritos A ilha do meu Fado, já publicado no palavras.

Foi através desta publicação que o Humberto Mendonça, filho do João Mendonça, me contactou, para me agradecer a homenagem ao pai. Como conhecia pouco da vida deste poeta, pedi-lhe uma pequena nota biográfica e então, disse-me ele:

"O meu pai foi bancário e ao reformar-se dedicou-se por inteiro à escrita. Recebeu vários prémios internacionais pela sua escrita. recebeu dois prémios em W.DC um pelo melhor poema em língua estrangeira e outro pelo melhor poema de escritor estrangeiro em inglês.

Faleceu repentinamente com 57 anos no dia 3 de Agosto de 2004 de ataque cardíaco na ilha do Faial onde se encontrava a passar férias.

Foi fundador do grupo de Teatro Micaelense chamado Máquina do Tempo.

Durante muito tempo escreveu crónicas e skatches para um actor micaelense chamado Tia Maria do Nordeste, pertenceu ao grupo de teatro dos bancários chamado A Rir é que a gente se entende.

Lançou o livro Fragmentos

De entre as letras que escreveu destaco as cantadas pela Dulce Pontes, pelo Carlos do Carmo e pelos Ala dos Namorados.

Dentro em breve será lançado um livro de todos os escritos que encontrámos no seu computador.

Lembro-me dos convites para as minhas festas de aniversário que eram sempre em versos escritos por ele.

Além disso era um grande animador, contava anedotas como ninguém, tinha sempre um carinho muito especial por todas as crianças e estas por ele."

Hoje deixo aqui o meu agradecimento ao Humberto e homenageio o poeta da Dulce: João Mendonça.

Espero que gostem.

Um abraço.

Susana B.


domingo, julho 15, 2007

Natália Correia - Biografia



Foto: retirada da net



Nasceu na ilha em Ponta Delgada, ilha de São Miguel em 1923 e faleceu em Lisboa em 1993. Personalidade intelectual versátil, dedicou-se a vários géneros, além de marcar a sua presença na política e na imprensa. Sua produção abrange a poesia, o romance, o teatro, o ensaio, memórias, relatos de viagem, organização de antologias e colaboração em vários jornais e revistas. Embora tenha começado pela literatura infantil (A Grande Aventura de um Pequeno Herói, 1945) e pelo romance (Anoiteceu no Bairro, 1946) foi na poesia que encontrou a expressão mais depurada de seu temperamento a um só tempo lírico e irónico, características acentuadas a partir de Dimensão Encontrada (1957) e em suas obras dramáticas. Dentro dessa linha, que a tendência surrealista da poesia portuguesa pós-1950 vem sublinhar, compôs grande parte de sua obra poética, revelando um discurso lírico insólito e singular a oscilar entre a linguagem alegórica e a voz interventora. Estão neste caso, por exemplo, Passaporte (1958), o longo poema Cântico do País Emerso (1961) e mais tarde Mátria e Maçãs de Orestes (1970). Em seu livro Poemas a Rebate, publicado em 1975, chama, na introdução, ao conjunto de seus “poemas indóceis” de “pentagrama de indignação”. Indignação constante é o que não falta á obra de Natália Correia seja motivada pela censura que a amordaçou por longo tempo, seja por uma insurreição natural a todos os engodos ideológicos da organização social. A capacidade de abranger, contudo, várias expressões líricas, bem como sentimentos e visões aparentemente opostos, entre a subjectividade romântica e a objectividade realista, levaram-na à composição, nos dois últimos anos, de Sonetos Românticos (1991, Grande prémio da Poesia APE/CTT), na poesia, e ao romance As Núpcias (1992). No primeiro, parece voltar à primeira fase de sua expressão em virtude da abstraccão do objecto lírico, não obstante, agora, mais intelectualizada, beirando certo misticismo da criação poética, da escrita, da expressão verbal. Por isso, define o soneto como “misterioso nó que em sacra escrita / cimos e abismos une”. Abismos, que enfim, de onde sempre procurou garimpar a sua “aurífera” poesia.




in Mulheres nas Letras, Mulheres dos Livros.

domingo, julho 08, 2007

Antero de Quental - Biografia



Pintura: Antero de Quental, por Columbano Bordalo Pinheiro



Antero de Quental é uma figura singular e cimeira na literatura portuguesa oitocentista: por ter sido o mentor de toda a Geração de 70, pelo drama filosófico e espiritual que foi a sua vida, pelas metamorfoses e tensões por que passou a sua criação poética e porque foi o primeiro escritor que nunca dissociou a condição (e o trabalho) de poeta da reflexão estética acerca da essência e função civilizadora da poesia e da arte no contexto duma filosofia da História - abrindo deste modo um espaço de modernidade nas Letras portuguesas. Antero nasceu em 1842, em Ponta Delgada, na Ilha de S. Miguel (Açores), e nessa mesma cidade se suicidou em 11 de Setembro de 1891. Na Universidade de Coimbra (onde se formou em Direito, entre 1858 e 1864) foi o principal impulsionador dos conflitos académicos que se opunham ao conservadorismo pedagógico e cultural. Foi neste ambiente de efervescência revolucionária que desencadeou, com a célebre Carta a Castilho, de 1865, a "Questão do Bom Senso e Bom Gosto" (ou Questão Coimbrã) - polémica que opôs um novo espírito científico e europeu e uma nova poesia social, partilhados pelos jovens universitários e futuros intelectuais, à generalizada indiferença cultural e ao sentimentalismo ultra-romântico. Em 1866, exerce o ofício de tipógrafo em Paris para, assim, conhecer as condições da classe operária; mas no ano seguinte regressa desiludido. Funda, com o socialista José Fontana , a Associação Fraternidade Operária. Até 1871 torna-se o pólo dinamizador do "Cenáculo", grupo de intelectuais e amigos (entre eles Eça de Queirós , Jaime Batalha Reis , Oliveira Martins e Ramalho Ortigão ) a que se ficaram a dever as Conferências Democráticas do Casino, em 1871. Com Batalha Reis dirige em 1875 a Revista Ocidental . Todavia, a morte do pai, em 1873, a doença, o atraso cultural e o baixo nível moral do país, a influência do pessimismo filosófico (sobretudo de Schopenhauer e Hartmann) originam em Antero uma longa e dolorosa crise pessoal, metafísica e religiosa, de que a maioria dos Sonetos é a melhor expressão literária e o ensaio sobre as Tendências Gerais da Filosofia na Segunda Metade do Século XIX (1890) é a mais alta reflexão filosófica ao substituir o desespero pela consciência no processo da libertação humana. Mas a persistência da doença (de foro psíquico), a profunda crise nacional (em 1890 dá-se o Ultimato inglês) e a incompreensão familiar só reforçam o sentimento de angústia - o qual poderá explicar a morte trágica do nosso poeta-filósofo.

As suas obras principais são: Sonetos , Coimbra, 1861; Odes Modernas , Coimbra, 1865; Causas da Decadência dos Povos Peninsulares , Porto, 1871; Primaveras Românticas , Porto, 1872; Sonetos Completos , Porto, 1886; Cartas Inéditas de Antero de Quental a Oliveira Martins , Coimbra, 1931; Prosas Sócio-Políticas , publ. e apres. por Joel Serrão, Lisboa, I.N.-C.M.,1982.

Retirado da Diciopédia 2003 - © 2002 Porto Editora, Lda.



domingo, junho 10, 2007

Luís Vaz de Camões - Biografia







É pouco o que se sabe de Luís Vaz de Camões, e esse pouco é, ainda assim e na maioria dos casos, duvidoso. Terá nascido em Lisboa por volta de 1524, de uma família do Norte (Chaves), mas isto não é certo. Quem defende esta tese atribui-lhe como pai Simão Vaz de Camões e como mãe Anna de Sá e Macedo. Por via paterna, Camões seria trineto do trovador galego Vasco Pires de Camões, e por via materna, seria aparentado com o navegador Vasco da Gama.

Viveu algum tempo em Coimbra onde terá frequentado aulas de Humanidades, talvez no Mosteiro de Santa Cruz, já que aí tinha um tio padre. No entanto, embora a existência desse tio, D. Bento de Camões, esteja documentada, não há qualquer registo da passagem do poeta por Coimbra. Em algum lado, afirmam os estudiosos da sua vida, terá adquirido a grande bagagem cultural que nas suas obras demonstra possuir.

Regressou a Lisboa, levando aí uma vida de boémia. São-lhe atribuídos vários amores, não só por damas da corte mas até pela própria Infanta D. Maria, irmã do Rei D. Manuel I. Em 1553, depois de ter sido preso devido a uma rixa, parte para a Índia, e este é um dos poucos factos da sua vida que os documentos corroboram. Fixou-se na cidade de Goa onde terá escrito grande parte da sua obra.

Regressou a Portugal, mas pelo caminho naufragou na costa de Moçambique e foi forçado, por falta de meios para prosseguir a viagem, a ficar aí. Foi em Moçambique que seu amigo Diogo do Couto o encontrou, encontro que relata na sua obra, acrescentando que o poeta estava então "tão pobre que vivia de amigos", ou seja, vivia do que os amigos podiam dar-lhe. Foi Diogo do Couto quem lhe pagou a viagem até Lisboa, onde Camões finalmente aportou em 1569.

Pobre e doente, conseguiu publicar Os Lusíadas em 1572 graças à influência de alguns amigos junto do Rei D. Sebastião. Mas até a publicação de Os Lusíadas está envolta num pequeno mistério - há duas edições do mesmo ano e não se sabe qual foi a primeira. Em recompensa dos serviços prestados à pátria, o Rei concede-lhe uma modesta pensão, mas mesmo essa será sempre paga tarde a más horas e não salva o poeta da extrema pobreza.

Quanto à sua obra lírica, o volume das suas "Rimas" ter-lhe-á sido roubado. Assim, a obra lírica de Camões foi publicada postumamente, não havendo acordo entre os diferentes editores quanto ao número de sonetos escritos pelo poeta. Há diferentes edições de "líricas" camonianas e não há completa certeza quanto à autoria de algumas das peças líricas.

Faleceu em Lisboa no dia 10 de Junho de 1580 e foi sepultado a expensas de um amigo. O seu túmulo, que teria sido na cerca do Convento de Sant'Ana, em Lisboa, perdeu-se com o terramoto de 1755, pelo que se ignora o paradeiro dos restos mortais do poeta, que não está sepultado em nenhum dos dois túmulos oficiais que hoje lhe são dedicados – um no Mosteiro dos Jerónimos e outro no Panteão Nacional. É considerado o maior poeta português, situando-se a sua obra entre o Classicismo e o Maneirismo. Alguns dos seus sonetos, como o conhecido Amor é fogo que arde sem se ver, pela ousada utilização dos paradoxos, prenunciam já o Barroco que se aproximava.



Fonte: Rua da Poesia